O Estudo Experis 2025 CIO Outlook fornece um retrato detalhado das responsabilidades, desafios e prioridades dos CIOs da atualidade. Entrevistamos 1.393 líderes, incluindo 480 executivos de tecnologia C-level e 913 tomadores de decisão seniores de TI, para descobrir como as equipes globais de tecnologia estão moldando o futuro da função de TI e agregando o valor à lucratividade e prosperidade de suas organizações.

Representando um mix de organizações de médio a grande porte em diversos países e setores, o Estudo Experis 2025 CIO Outlook oferece insights essenciais para compreender o papel dos líderes de TI na determinação de avanços tecnológicos que podem trazer resultados comerciais tangíveis para as organizações.

A jornada das lideranças tech reside na complexidade e diversidade de suas experiências, que, apesar de únicas, convergem muitas vezes em um objetivo comum: utilizar a tecnologia para o sucesso duradouro das organizações, equilibrando agilidade, segurança e resultados.

Líderes de tecnologia estão mais colaborativos e empreendedores do que nunca. Eles ajudam a consolidar suas organizações como pioneiras em tecnologia, estando abertos a novas tendências, como gig work e inteligência artificial generativa (IA Gen). Priorizam a construção de relacionamentos com colegas fora do departamento de TI, como CHROs e CFOs, e lideram com empatia.

Mais importante ainda, os líderes de tecnologia estão deixando de lado o hype da IA Generativa e focando em como sua infraestrutura tecnológica pode melhor atender às necessidades dos negócios e gerar rapidamente um retorno sobre o investimento (ROI). Esse foco inclui, sim, a compreensão das limitações da IA ​​e a implementação de governança em torno de seu uso, mas inclui também a adoção de novas funções que combinam estratégia de negócios e tecnologia, além de manter os dados e as operações de TI seguros, priorizando a cibersegurança.

Principais descobertas

• As crescentes ameaças à segurança cibernética são a principal preocupação dos líderes de tecnologia em todo o mundo. 
• As principais áreas de foco do investimento em tecnologia em 2025 são Cibersegurança (77%), Infraestrutura em Nuvem (68%) e IA (67%). 
• 76% dos empregadores de TI em todo o mundo afirmam estar com dificuldades para encontrar os talentos que precisam. Muitos também se preocupam com o fato de as universidades não acompanharem o ritmo acelerado das mudanças. 
• A maioria dos líderes de tecnologia (52%) afirma estar trabalhando para incorporar habilidades adicionais de IA às funções existentes. 
• À medida que a transformação digital influencia cada vez mais a estratégia de negócios no longo prazo, líderes de tecnologia afirmam a necessidade e importância de uma forte aproximação com a diretoria de Operações (COO). 
• As equipes de TI com melhor desempenho relatam o maior foco na experiência do cliente. 

O Mundo do Trabalho Tech sob a ótica dos CIOs

As ameaças à cibersegurança são a maior preocupação que mantém os CIOs acordados à noite, com 41% deles destacando esse fator como seu principal desafio. Em seguida, vêm as questões relacionadas à inteligência artificial (19%) e à otimização, escalabilidade e atualização dos sistemas tecnológicos (15%). Em comparação com os CIOs, outros líderes de TI estão mais focados em manter as operações atuais em funcionamento do que em pensar no futuro.

No que diz respeito à inteligência artificial, os CIOs estão adotando essa tecnologia, mas também reconhecem suas limitações e a necessidade de diretrizes objetivas sobre ética e transparência. Por exemplo, 36% dos entrevistados afirmaram que a IA é uma mudança de jogo, mas que ainda precisa de mais refinamento; enquanto 33% disseram que o impacto dessas tecnologias nos negócios ainda não está claro.

A escassez de talentos em TI continua em 2025, com o ritmo de contratações equilibrado por uma a economia instável e o boom da IA. Embora, historicamente, a área de Tecnologia da Informação tenha recrutado principalmente profissionais formados nas universidades, essa estratégia já não é suficiente — a lacuna está crescendo porque os cursos superiores costumam demorar para atualizar suas grades e preparar adequadamente os alunos para o mercado de tecnologia atual.

Apesar de muitos líderes tech acreditarem que os estudantes não estão saindo da faculdade com as habilidades necessárias, eles também não estão investindo o bastante em capacitação interna. Somente 28% dos entrevistados disseram que suas empresas oferecem treinamentos contínuos para manter as equipes de TI atualizadas com as tecnologias mais recentes.

A resistência humana à mudança ainda é um dos maiores obstáculos enfrentados por CIOs e líderes de TI. Segundo 28% dos entrevistados, lidar com essa resistência interna consome um tempo valioso que poderia ser dedicado a iniciativas mais estratégicas.

Mesmo em um cenário onde a tecnologia é peça-chave no ambiente de trabalho, quase um quarto (23%) dos CIOs ainda sente a necessidade de justificar o valor da área de TI para os demais stakeholders da organização.

Desafios à parte, muitos líderes de TI estão otimistas com o cenário à frente. Eles estão especialmente entusiasmados com as oportunidades de integrar novas tecnologias, incluindo serviços e infraestrutura em nuvem. Quase um terço dos entrevistados (32%) estão mais entusiasmados com o potencial da análise preditiva de dados e da otimização para transformar suas organizações, e com a capacidade da computação em nuvem e da infraestrutura escalável de proporcionar um ROI robusto.

Sentimento de tecnologia ao redor do mundo

Em todo o mundo, os CIOs enfrentam uma miríade de desafios tecnológicos globais semelhantes. Dos Estados Unidos à Noruega, os líderes estão enfrentando crescentes ameaças à cibersegurança e acelerando os imperativos da inovação digital. No entanto, nossa pesquisa encontrou certa diferenciação entre algumas das economias globais mais avançadas:

• 38% dos CIOs na França afirmam que garantir recursos financeiros adequados é seu maior desafio;
• 45% dos CIOs em Israel estão preocupados que a resistência interna à mudança possa paralisar a inovação em IA;
• 47% dos CIOs na Itália são mais propensos a concordar que a IA é um divisor de águas, mas, tal como os seus colegas franceses, afirmam que garantir um orçamento adequado (35%) é um desafio crescente;
• 67% dos CIOs nos Países Baixos são mais propensos a concordar que a tecnologia desempenha um papel importante no avanço da transformação dos negócios verdes. Eles também querem priorizar sistemas de IA que sejam transparentes e isentos de vieses (66%);
• 42% dos líderes tech na Noruega são mais propensos a priorizar o alinhamento com as lideranças empresariais e investir em espaços de trabalho digitais colaborativos (75%);
• 43% dos líderes tech na Espanha estão entusiasmados com a análise preditiva de dados. No entanto, também enfrentam lacunas de conhecimento, já que a maioria afirma que a alta gerência não tem entendimento suficiente sobre a função de CIO (70%);
• 86% dos CIOs no Reino Unido afirmam que é fundamental alinhar o investimento em tecnologia com os objetivos de transformação da organização. Também são mais propensos a priorizar a comunicação frequente com stakeholders em projetos de IA (41%);
• 86% dos líderes tech nos Estados Unidos e Canadá afirmam que expandir o investimento em cibersegurança é a principal prioridade, assim como aumentar os orçamentos para inovação em IA (84%).

A escalada dos riscos em Cibersegurança  

O custo global dos crimes cibernéticos subiu para US$ 9,5 trilhões em 2024, segundo pesquisa recente da Cybersecurity Ventures. Para dar uma ideia da escala crescente, se esse valor fosse o Produto Interno Bruto (PIB) de um país, seria a terceira maior economia do mundo, atrás apenas dos EUA e da China.

Os nossos entrevistados estão cientes dos riscos potenciais para suas organizações, com 35% afirmando que melhorar a cibersegurança é a responsabilidade mais crítica do CIO. Ou seja, os CIOs de hoje são encarregados não apenas de responder às ameaças atuais, mas de antecipar as futuras. As prioridades de investimento refletem que a cibersegurança está no topo das preocupações: em 2025, 77% das organizações tecnológicas entrevistadas disseram que planejam aumentar os orçamentos de cibersegurança.

No entanto, o investimento financeiro sozinho não é suficiente. Nossos resultados mostraram que as organizações de tecnologia não estão alinhadas no protocolo de resposta a ciberameaças, com somente 37% dos entrevistados afirmando que sua estratégia de risco está muito alinhada com a cibersegurança.

E ter ferramentas de cibersegurança avançadas à disposição não significa que os colaboradores as usarão eficazmente: menos de 30% disseram que a implementação de novas tecnologias está muito bem alinhada à maneira como os trabalhadores estão adotando a tecnologia.

Mantendo o ritmo da inovação em IA 

A inteligência artificial pode ter dominado os holofotes nos últimos dois anos, mas os CIOs estão adotando uma postura mais pragmática quanto à sua utilidade imediata. Somente 13% dos CIOs entrevistados consideram que entregar soluções de IA está entre as tarefas mais importantes para o sucesso da organização.

Embora reconheçam o valor da inteligência artificial generativa e se interessem por seu potencial, a maioria entende que essa tecnologia continua em estágio inicial e precisa amadurecer. Atualmente, apenas 37% dos CIOs enxergam a IA como uma solução valiosa para aplicações específicas. A maioria das organizações está apenas analisando seu uso (33%) ou começando a implementar (27%).

À medida que a inovação em IA avança, mais líderes começam a refletir sobre seus impactos. Quase um em cada cinco (18%) demonstra preocupação com questões éticas, e somente 20% afirmam estar em um estágio muito avançado na criação de sistemas transparentes e livres de vieses.

A maioria reconhece que aproveitar todo o potencial da IA exige investimento contínuo e uma integração cuidadosa: 67% das organizações pesquisadas planejam aumentar os investimentos em IA em 2025.

Essa atenção será ainda mais importante com a chegada de ferramentas sofisticadas, como a Agentic AI, ou Inteligência Artificial Agêntica — um tipo de IA autônoma, que vai além dos tradicionais chatbots e executa tarefas corporativas sem necessidade de orientação humana.

Fechando as lacunas de habilidades em tecnologia

A maioria dos CIOs e lideranças de tecnologia (81%) já percebeu mudanças nos padrões de contratação em TI. Em 32% das organizações pesquisadas, essas contratações estão se expandindo para áreas estratégicas como computação em nuvem e tecnologias voltadas à sustentabilidade — tornando ainda mais difícil encontrar os talentos certos.

Esse desafio é confirmado pela nossa Pesquisa de Escassez de Talentos, que mostrou que 76% das empresas globais do setor de TI têm dificuldade para encontrar profissionais com determinadas habilidades. No Brasil, esse índice chega a 84%.

Diante disso, os líderes de tecnologia estão inovando nas estratégias de recrutamento e na maneira como desenham as funções, buscando alternativas criativas para atrair e reter talentos.

Embora os orçamentos para contratações em TI estejam apertados, as organizações seguem buscando os melhores talentos no mercado. Em média, 32% dos profissionais de TI qualificados são contratados externamente e 21% são candidatos internos. Os principais canais de recrutamento são pessoas de outras empresas ou concorrentes (44%), seguidos por pessoas recém-formadas em universidades (42%).

Os líderes de tecnologia buscam perfis que combinem habilidades técnicas e comportamentais. As competências mais valorizadas incluem cibersegurança (46%), inteligência artificial (35%) e computação em nuvem (34%), além da capacidade de colaborar entre áreas para resolver desafios estratégicos da organização (23%).

Apesar de continuarem investindo na contratação de universitários, os empregadores entrevistados reconhecem que cursos online e certificações específicas muitas vezes oferecem uma formação mais eficaz do que os currículos acadêmicos tradicionais. Quando questionados sobre as formas mais produtivas de desenvolver competências em TI, os líderes destacaram a experiência prática no trabalho (47%), programas de capacitação oferecidos pelo empregador (42%) e treinamentos presenciais (35%).

As empresas também estão lidando com a falta de habilidades ao redesenhar funções. Entre as estratégias adotadas estão: incorporar competências em IA nas funções já existentes (52%), combinar conhecimento técnico com pensamento estratégico (42%) e ampliar a versatilidade dos cargos (37%). 

Conquistando o apoio das principais lideranças

Muitos dos desafios enfrentados pelos CIOs hoje vão além da tecnologia — exigem colaboração entre diversos departamentos internos. Uma pesquisa recente da Gartner com mais de 400 líderes de negócios revelou que a maioria das empresas está conduzindo até cinco iniciativas complexas simultâneas. Cada uma dessas iniciativas pode envolver de cinco a oito áreas corporativas e de 20 a 35 integrantes de equipes.

Diante desse nível inédito de colaboração entre áreas, entender e se conectar com outras equipes se tornou uma habilidade essencial para as lideranças de TI atuais e futuras.

Os CIOs que participaram da nossa pesquisa reconhecem o valor das relações com seus pares C-level — a parceria com os COOs (Chief Operating Officers) foi apontada como a mais crítica para o sucesso em 2025. Por outro lado, o engajamento com CFOs (Diretores financeiros), CHROs (Diretores de RH) e CMOs (Diretores de marketing) foi considerado menos prioritário.

Como todos os executivos C-level, o CIO é responsável por gerenciar as expectativas das lideranças da organização e garantir o engajamento delas em questões e abordagens centrais. Essa tarefa, no entanto, nem sempre é fácil: mais da metade dos líderes de TI (56%) relatou que a alta liderança não compreende o papel do CIO.

Na própria equipe de TI, os CIOs enxergam os CTOs (45%) e os Chief Information Security Officers (41%) como suas parcerias mais importantes. Nas empresas que estão escalando o uso da inteligência artificial em toda a organização, essa relação com o CTO é vista como ainda mais essencial — 66% dos CIOs nessas companhias afirmam isso.

Avaliando o progresso das organizações

O estudo Experis 2025 CIO Outlook também identificou que as organizações geralmente se enquadram em cinco categorias, definidas com base nos avanços realizados em áreas-chave como cibersegurança e gestão de riscos, transformação digital e práticas sustentáveis e éticas.

Essas categorias ajudam a entender em que estágio de maturidade tecnológica e estratégica cada empresa se encontra, facilitando o benchmarking e a definição de prioridades futuras.

VANGUARDA (24%) 

São os que mais se destacam em desempenho de TI voltado ao negócio. O diferencial desse grupo é o foco em estratégias tecnológicas centradas no cliente.

	Principais prioridades:
	1. Estratégia tecnológica centrada no cliente
	2. Liderança em transformação digital
	3. Alinhamento com a estratégia do negócio

ASPIRANTES (26%)

Estão logo atrás da Vanguarda em áreas-chave como sustentabilidade e ética, mas ainda apresentam bom desempenho geral nos negócios.

	Principais prioridades:
	1. Alinhamento com a estratégia do negócio
	2. Estratégia tecnológica centrada no cliente
	3. Liderança em transformação digital

SEGUIDORES (16%)

Estão moderadamente avançados e relatam um bom progresso geral. No entanto, eles apresentam um desempenho inferior em áreas como governança de dados.

	Principais prioridades:
	1. Alinhamento com a estratégia do negócio
	2. Estratégia tecnológica centrada no cliente
	3. Cibersegurança e gestão de riscos

ATRASADOS (20%)

Estão avançados em algumas áreas. No entanto, apresentam desempenho inferior em ética e sustentabilidade.

	Principais prioridades:
	1. Cibersegurança e gestão de riscos
	2. Liderança em transformação digital
	3. Gestão de fornecedores

RETICENTES (14%)

Hesitam em adotar novas tendências, são céticos quanto à IA e pouco propensos a ampliar os investimentos em TI em 2025. Preferem contratar externamente e afirmam que resistência interna à mudança é um dos principais desafios para os CIOs.

	Principais prioridades:
	1. Cibersegurança e gestão de riscos
	2. Gestão de fornecedores
	3. Alinhamento com a estratégia do negócio

Para concluir 

As ações a seguir ajudarão os líderes de TI a escalar equipes de alta performance e a impulsionar suas organizações ao longo da curva de maturidade.

	Entenda que a cibersegurança não é apenas uma questão de tecnologia. Depende de talentos humanos para reconhecer e responder a ameaças cibernéticas. Garantir a segurança da sua organização exige uma abordagem abrangente, que inclui buscar suporte e colaboração fora do departamento de TI.
	Não espere muito da IA ​​tão cedo. Esteja disposto a experimentar e investir em abordagens baseadas em IA para problemas de negócios, mantendo-se realista quanto às suas capacidades atuais.
	Estabeleça uma parceria estreita com o RH para descobrir e implementar estratégias de contratação novas e diversificadas e encontrar os melhores talentos de TI onde e quando você precisar. Considere se os profissionais de TI menos "tradicionais" possuem as habilidades certas, o potencial para aprender e crescer na sua organização e a disposição para aprimorar as competências em tempo real.
	Redesenhe as funções de TI incorporando habilidades relacionadas a IA, especialmente aquelas que envolvem governança de IA ​​e implicações éticas. Busque o feedback da sua equipe sobre a melhor forma de testar e refinar novas funções.
	Ofereça uma experiência de treinamento abrangente para sua equipe de TI, incluindo módulos presenciais e práticos com foco em habilidades técnicas e interpessoais, como empatia, negociação, persuasão e resolução colaborativa de problemas.
	Saiba lidar com os obstáculos internos e o medo, que impedem a adaptação à mudança. Obtenha a cooperação das pessoas que utilizarão novas tecnologias, planejando implementações realistas e comunicando proativamente os benefícios dos novos sistemas.
	Inclua na sua estratégia de investimentos a implementação de data centers energeticamente eficientes e tecnologias sustentáveis. Meça o ROI regularmente, pois essas soluções tendem a se pagar rapidamente e ajudam a justificar investimentos em outras inovações.